terça-feira, 29 de novembro de 2011

Da formação do homem e a matrix.

Por Betooww


“Ela é linda de morrer. Seus peitos às vezes lembram duas melancias. Os olhos lembram as estrelas cintilantes da noite. O perfume dos seus cabelos são como o aroma das flores na primavera. E você se desespera de paixão.” N.A – A guerra da paixão


Essa é base cavalheiresca da formação do homem, todos sonham em encontrar a princesa frágil e bela a qual desposarás e protegerás em busca do “felizes para sempre”. Chega a ser irônico olhar para o passado e se enxergar nessa situação. 

Recordo-me de um Eu do passado, tinha uma formação cavalheiresca, e, ciente da fragilidade feminina nunca revidaria uma agressão, a vida daria por sua dama, lamberia o borrão de bosta de sua calcinha por sua felicidade. 

Um dia uma “princesa” se revela. O honrado cavalheiro, iluminado e pleno, agora aguarda, em guarda, o porvir de uma vida feliz, onde sua valentia, o sacrifício e o trabalho brotarão a semente da felicidade, da prosperidade, e sua respectiva perpetuação. É finalmente seu destino manifesto.



Mas eis que um dia, sua louvada senhora, a quem o nobre cavalheiro venera e por quem abdicaria de sua vida, seu destino, sua felicidade, é tocada. Quanta malvadez pode haver nesse ideal? Como um ideal de igualdade, louvável em essência, pode sobrepujar outro tão nobre quanto o sacrifício ao outro? 

Senhora minha, será que rodar a buceta numa centena de paus pode ser tão melhor assim que nosso amor?



O cavalheiro vê sua dama entregue a práticas luxuriosas. Dos seus lábios o sussurro de amor, nas suas atitudes um completo desrespeito ao seu corpo. Mas mesmo após toda aquela orgia putrefeita, a honra do nosso cavalheiro, seus ideais, seu AMOR o faz perdoar - que sentimento nobre é o perdão! Tão nobre quanto nosso cavalheiro – sua amada enfim retorna ao seu lado.

No cavalheiro o sentimento de que deve ser ainda mais honrado, ainda mais nobre, ainda mais amoroso. Ele a cada dia dá mais, mas tão logo sua dama se cansa volta ao circo das bucetas. Eis que uma luz então surge e quando novamente encontra sua amada qualifica-a em suas atitudes. –Puta! É o que sois! – 
A dama cai em prantos, puta? Como assim, como podes me julgar? Quem és tu para me julgar?

O estrondo do pranto é audível. Comovido, o cavalheiro se retira. Como posso ser tão cruel? Como posso chamar aquela doce criatura de puta? 

Aí começa seu flagelo. Desapontado consigo mesmo o belo cavalheiro definha de aparecia, afasta-se de seu futuro promissor, afasta-se de tudo e de todos, não quer contaminar os outros com sua cólera. A vida não faz mais sentido algum. Entre lamentos ele ruma pela escuridão, e ele chora. O nobre cavalheiro que nunca chorará antes em sua vida cai, então, em prantos como uma criança. Sua vida não faz mais sentido algum e ferido pela desonra, o nobre cavalheiro que outrora daria a vida por uma causa vê que no fim em sua vida não há valor nenhum, sua honra e nobreza de nada servem a uma mulher.

Tão logo vê um precipício ele quer se atirar. Ele se atira. E então ele acorda, era só um sonho afinal. Ele se levanta com seu desanimo habitual. Troca de roupa, desjejua, e sua vida segue...


A vida segue...

O desanimo inicial vai aos poucos cessando, a paz dá seus primeiros sinais em meio a uma bruma de escuridão. O cavalheiro sai então de seu castelo, seu refugo, não como cavalheiro. Como homem. Um mundo novo mostra-se a sua vista, o castelo, afinal, era só uma casa, na caixa postal dezenas de contas o aguardam. E tanta vida se esvaiu, o tempo passou, o sonho acabou. 


Ele sai procurando entender o que se passa, tenta conversar, muitos poucos param e dedicam-lhe algum tempo. – O mundo corre e o tempo é pouco. – alguém lhe diz. Leva tempo para se adaptar, ele não desiste. São paradigmas a traspor, demanda tempo, demanda esforço, demanda aliar-se a dor. Um longo caminho é percorrido, obstáculos maiores e cada vez maiores são traspostos. Eis que surge o maior deles, sua senhora, sua dama, sua amada.

Já não tem mais o brio de outrora, era só uma comum como qualquer outra que se via. O homem não tem nome, mas destaca-se em conhecimento, até um bom emprego adquiriu. Ela vem. Ele a rejeita. Ela implora, se ajoelha, se arrasta. Ele pisa, escorraça. Quanto mais ignora mais atrai. Elas pedem amor. Pra ele o amor é só uma prisão. 


hauihaiuahua

4 comentários:

  1. Resumido, porém explicativo! Você se transporta pra esse personagem, principalmente os que VIVERAM de verdade tal sonho, com o direito à cólera e às lágrimas... Muito bom. É bom ver que o blog prospera! =)

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  2. mais um salve a real !

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  3. cara essa parte do borrão de bosta... po brochei velho uhauhauha faz mais isso nao... uhauhauhauh

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