segunda-feira, 14 de novembro de 2011

O mito do mutualismo e a contradição social

Em algum momento da sua vida você já se sentiu um verdadeiro bosta porque TODOS na roda do bar estão namorando e você não? Ou em alguma reunião onde TODOS estão acompanhados e você não? Ou até mesmo no jantar da família porque todos estão casados/quase casando e você nem se quer tem uma foda fixa? Além disso, quantas vezes você já se sentiu coagido em uma festa porque saiu no zero a zero? Aposto que o suficiente para ao menos parar pensar na vida.

Pois então. Eis aqui que entra o mito do mutualismo. Existe um código de conduta que rege a matrix dos relacionamentos. Esse mesmo código prevê que é PRECISO pegar alguém simplesmente por estar em uma reunião que possui alguém do sexo oposto. Sem contar que, a presença de uma parceira se faz necessária para ser “bem visto” socialmente. A visão é tão preconceituosa que, um homem de 30 anos, não é casado/não está namorando, trabalhador, honra seus pais e irmãos, cuida de si mesmo, só existem duas opções para a sociedade imbecil que necessita de taxar alguém de X ou Y ou tempo inteiro:

-Ele é gay;

-Ele é promíscuo.

É claro que já surgiu um “peraí porra, tem algo errado nisso aí”. E tem mesmo. Não só pelo fato de que muitas de suas características positivas são ignoradas, mas principalmente pela substituição das mesmas por uma suposição de algo do qual não se tem a menor noção.

Criou-se uma falsa idéia de que estar sozinho é sinônimo de estar à procura de alguém. Inventou-se um conceito de metade da laranja, aquela necessidade de sentir 100% na presença de um segundo ser. Sinceramente? Metade da laranja é o caralho. Ou você é uma laranja inteira ou você não é porra nenhuma. Depositar a sua felicidade em uma segunda pessoa, só tem como dar errado. Aqui não existem nem alternativas.

"Em busca da minha metade da laranja, como sou iludido"

Você já se questionou sobre por que fazer um trabalho sozinho de forma impecável é muito mais fácil que fazer um trabalho em grupo com o mesmo resultado?

Se não, a resposta é clara. No primeiro caso, você depende EXCLUSIVAMENTE da sua pessoa para a coisa dar certo. Você fez a sua parte, o trabalho está feito e o resultado vem. No segundo, você depende de uma segunda pessoa e qualquer ser humano que tenha feito um trabalho em grupo sabe a merda que é depender de alguém incompetente para fazer o seu serviço. Por isso não é aconselhável sob nenhuma circunstância por a sua vida nas mãos de alguém. Mais cedo ou mais tarde, seus sonhos, objetivos e acima de tudo, sua auto-estima, serão atirados na privada e receberão uma descarga sem o menor dos menores remorsos.

Coloque na sua cabeça, você vive entra pessoas, mas morre sozinho. Contraditório demais não é mesmo? A mesma sociedade que te força a estar junto de alguém, não vai chorar o seu enterro. Não vai ler o seu testamento, não vai mencionar seus grandes feitos. Simplesmente seguirão suas vidas, e que você queime/congele no inferno.

A única força que você pode contar que vai estar lá quando surgir uma necessidade é a sua própria força. Se ela é inexistente, o seu escudo é de vidro e ele vai se quebrar. Se você, na condição de ser único, não consegue se sentir feliz consigo mesmo, não serve de apoio moral para si mesmo, não possui paz interior e por fim, não é feliz porque está sozinho, pode dar um soco em sua cara e mudar isso daí, caso contrário, seu futuro é negro. Sabe por quê?

Você está sozinho.

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