Pequeno texto de Nessahan, dos tempos que ele postava na OLODM.
A luxúria engana o luxurioso. Cria uma ótica falsa. Condiciona a forma de ver as coisas, a idiossincrassia.
Peguemos a fantasia sexual mais poderosa de um homem. Pois bem, atrevo-me a dizer que a mesma é uma mentira. Como assim? Simples: trata-se de uma visão distorcida dos fatos.
Tomado pela luxúria, você não vê o corpo da mulher, o ato sexual, o sexo anal, o sexo oral, a voz feminina, etc. como realmente são. Você os vê como algo divino, maravilhoso, um objeto de adoração.
Esta é uma visão falsa porque tais elementos em realidade não são nada disso. Não há nada demais neles. Nós é que nos fascinamos e passamos a vê-los como maravilhas. Esta visão distorcida se deve à imaginação exaltada e à fascinação. O homem que goza com a luxúria está na verdade gozando com uma forma mental forjada, ou seja, gozando com uma mentira. A causa disso é a incompreensão e a ignorância.
Conforme vamos dissolvendo os egos luxuriosos, a compreensão vai se aprofundando e passamos a ver os elementos ligados ao sexo com neutralidade, sem adoração, mas, também, sem aversão. A fascinação e a loucura pela fornicação e por todos os seus refinamentos vai desaparecendo. E, em seu lugar, começamos a compreender que não são a fonte de satisfação que imaginamos. Isso é despertar a consciência e leva uma vida inteira.
Ninguém elimina a luxúria de uma vez. O que se passa é que, ao longo da vida, ela vai sendo deixada para trás à medida em que nos auto-observamos e vamos nos entendendo melhor e dissolvendo os eus luxuriosos. Os eus são elementos falseadores, subjetivantes e distorcedores da percepção.
Pressionar o impulso luxurioso para que desapareça é perda de tempo. É melhor observar, vigiar e orar assim que ele apareça sob a forma de pensamentos, imaginações, fantasias, sentimentos, desejos, atitudes, falas, vestimentas, ações, etc.
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