Parte final do livro "O Homem Domado", de Esther Vilar
O homem é domado de tal forma pela mulher que não consegue viver sem ela e faz, portanto, tudo que ela exige dele. Ele luta pela própria vida e chama a isso amor. Há homens que ameaçam a sua adorada de se suicidarem se não forem atendidos. Não correm risco algum. Não têm nada a perder.
Mas também a mulher não pode existir sem o homem. Ela é tão preguiçosa como uma abelha mestra. Também luta pela vida e também chama a isso amor. Um precisa do outro e parece que existe, então, pelo menos, um sentimento comum a ambos. São, porém, completamente diferentes para o homem e para a mulher as origens e a índole desse sentimento, bem como as suas consequências.
O amor, para a mulher, significa poder. Para o homem, submissão. O amor para a mulher é pretexto para exploração comercial. Para o homem, um álibi impregnado de emoções para a sua escravatura. "Por amor" fazem as mulheres coisas que lhes trazem proveito. O homem, outras que o prejudicam. A mulher deixa de trabalhar "por amor". O homem, quando casa, trabalha "por amor" para duas pessoas. O amor é, para as duas partes, uma luta pela sobrevivência. Mas um sobrevive apenas através de vitórias. O outro, exclusivamente por meio de derrotas. É uma ironia do destino, as mulheres recolherem os seus maiores lucros no momento da sua maior passividade e que a palavra "amor" lhes dê um halo de altruismo mesmo quando intrujam o homem da maneira mais desapiedada.
O homem esconde "com amor" a sua ilusão covarde, auto-sugestionada, e se obriga a crer que a sua escravidão absurda à mulher e seus reféns é honrosa e tem um sentido superior. Está satisfeito com o seu papel, como escravo atingiu a meta dos seus desejos. E, como a mulher, aliás, só tira vantagens desse sistema, nada se modificará. É certo que o sistema a obriga à corrupção, mas ninguém vê mal nisso. Nada mais se deve esperar de uma mulher além do "amor", enquanto ela puder trocar esse "amor" por todo o resto. E os esforços do homem, domado para ser escravo, vâo sempre conduzi-lo no sentido da amestração, nunca no sentido do seu próprio proveito. Ele trabalhará cada vez mais e quanto mais trabalhar, mais a mulher se afastará dele. Quanto mais ele se insinuar na sua intimidade, mais exigente ela se tornará. Quanto mais ele a desejar, tanto menos será para ela desejável. Quanto mais ele a rodear de conforto, mais comodista, mais estúpida, mais desumana ela se tornará e ele, por seu lado, mais solitário.
Só as mulheres poderiam romper o círculo infernal de amestração e exploração dos homens. Não o farão, porém. Não existe qualquer motivo racional para que o façam. Não há nada a esperar dos seus sentimentos - as mulheres são frias e não têm qualquer compaixão. O mundo continuará, pois, a mergulhar nesse vazio, nessa barbárie, nesse cretinismo que é a "feminilidade", e os homens, esses sonhadores maravilhosos, jamais vão acordar dos seus sonhos.
Triste real, não existem palavras melhores para descrever o que chamam de "amor".
ResponderExcluirPodem me chamar de "sonhador" mas ainda acho que a obra de Esther Villar é uma apologia disfarçada dos ideais feministas.
ResponderExcluirA impressão que tenho é que ela faz uma crítica ferrenha da "mulher tradicional" e ao mesmo tempo um deboche do "homem tradicional".
Não está ela propondo um modelo alternativo? Que ideal ou modelo é esse?
Sendo bem simples, talvez o modelo é o de o Homem reconhecer-se como superior a mulher e as dominar. Essa é a impressão que deixa.Ela é muito pessimista quanto a figura feminina chegando a citar que a mulher não serve para nada e que o homem deve retomar seu valor.
ResponderExcluirAmigo, acho que terei que ler este livro para tirar minhas próprias conclusões. Melhor (se) prevenir do que remediar... Mas a conclusão da autora é um tanto desanimadora: "Não há nada a esperar dos seus sentimentos - as mulheres são frias e não têm qualquer compaixão."
ResponderExcluirConfesso que tendo crescido com duas tias (solteiras) falando mais ou menos as mesmas coisas para mim a vida inteira, já estou um tanto farto de ouvir mulheres falando de mulheres. Eu preferiria colocá-las lado a lado e ficar assistindo elas discutirem e brigarem.
Eu gostaria de saber quais foram as reais motivações dela. Ela parece desprezar os papéis tradicionais do homem e da mulher e com isso simpatizar com o ideal feminista. Ou seja, parece ser uma feminista idealista, de "boa índole" (se é que podemos admitir que ela o seja, já que ela diz que as mulheres são frias e não tem qualquer compaixão).
Mas mesmo que ela seja uma feminista idealista, então ela não conhece muito bem os homens também. Convenhamos: o fato de que apreciamos e muito a beleza do corpo feminino a vida inteira e de que não sentimos atração sexual pelas feias (embora alguns digam que isso é subjetivo) é algo muito desagradável para as mulheres.
Mas, independentemente do que elas pensem, somos assim e não iremos mudar. Só nós poderíamos mudar isso e libertá-las da "escravidão" da beleza. Mas iremos fazer isto? E se sentir bela não é uma necessidade para a própria auto-estima feminina?
Então, o que podemos esperar da mulher? Que ela nos valorize apenas pela nossa bondade, romantismo e altruísmo? Continuemos sonhando mas bem no fundo queremos ser reconhecidos também pela nossa "liderança" e destaque como "machos" provedores e protetores, nem que isso seja por meio de um pouco de simulação da mulher de fragilidade e inocência, com direito a uma certa "recompensa" (rs).
Num ponto devo concordar com a autora: prefirimos as mulheres que demonstrem nos amar e nos admirar e precisar da nossa presença, proteção e amparo, mesmo que isto seja uma simulação apenas para nos agradar, desde que tenhamos a nossa merecida "recompensa" é claro (rs).
Como disse um leitor na Amazon.com:
Though I enjoyed reading this rather dated book as a man, and thus as a putative object of Vilar's sympathies, I couldn't help feeling that her core insight is obscured by rhetorical overstatement that sometimes borders on the absurd. I agree with her that many men are exploited and manipulated by women. The men are often expected to like it and even to deny that it's happening. But the fact is that, for both evolutionary and spiritual reasons, most people of both sexes are going to have to sacrifice hugely for the sake of their spouses and children. If they do it for real love, and the love is mutual, then the sacrifice can be joyful. If they do it with the attitude of "what's in it for me," they will end up resentful and cynical. It all boils down to whether women and men are going to treat each other primarily as objects for gratification or primarily as worthy ends in themselves. The service Vilar performs is to point out how women often treat men as objects. But she has no vision of love to explain how people of both sexes can do better.
Amor pé quando a gente pega uma crente babaca na terapia do amor dá umas comidinhas nela e se manda pro exterior dando falsas experanças. é pra fingir que é macho já que sempre vai tá longe de mulher , não tem foto na babaca nas redes sociais e quando tira foto nem abraçar abraça com medo kkkkkkkkk
ResponderExcluirIT'S A LOVE IT'S A LONE!!!!!!
Triste real, não existem palavras melhores para descrever o que chamam de "amor".
ResponderExcluiramor não é o que se fala,
ResponderExcluiramor não é o que se sente,
amor é o que se faz.
Isso não é filosifia, é a real.